Brasil – Para tentar se aproximar do voto evangélico, Lula participou de um ato comandado por pastores em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. No culto, o ex-presidente disse que “não precisa provar que acredita em Deus”, uma crítica indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar disso, o petista tentou adotar o mesmo tom messiânico de Jair Bolsonaro, que costumeiramente é criticado por aliados do ex-presidente da República.

“Se tem um brasileiro que não precisa provar que acredita em Deus, esse brasileiro sou eu, porque eu não teria chegado onde cheguei se não fosse as mãos de Deus dirigindo meus passos e guiando meu comportamento”, disse o petista.

Em seguida, ele mudou o tom do discurso:

“E eu tenho certeza que outra vez, lá de cima, Ele disse: ‘Lula, cuida desse povo. Esse povo não quer discurso, quer comida, emprego, saúde, educação, que as suas crianças nasçam, cresçam, e se tornem adultos em paz, sem medo da violência’.”

Um dia após dizer que os apoiadores de Jair Bolsonaro pareciam participar de “uma reunião da Ku Klux Klan” no 7 de Setembro, Lula evitou citar o nome do atual presidente. Saíram os ataques aos imóveis que a família Bolsonaro comprou com dinheiro vivo, e entraram críticas ao programa Casa Verde e Amarela, substituto do “Minha Casa, Minha Vida” petista.

O evento se transformou em um ato de desagravo ao ex-presidente por parte da comunidade evangélica – cujo voto ainda vai preferencialmente a Bolsonaro.

“A igreja tem que pedir perdão ao presidente Lula”, disse Sergio Dusilek, da Convenção Batista Carioca. “O senhor não foi só alvo da injustiça do Judiciário brasileiro, mas o senhor também é alvo da injustiça do clero brasileiro”.

Alair Lima, outro pastor evangélico, disse que “cristão, sim, vota no PT”. Lula ainda ouviu um louvor em sua homenagem.

Fonte: O Antagonista

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