Porto Velho, em Rondônia, enfrenta uma grave crise devido à combinação de estiagem e queimadas. O nível do Rio Madeira, que atravessa a cidade, caiu para 0,96 metros, o menor registrado em 60 anos de monitoramento pelo Serviço Geológico Brasileiro.

Nagila Maria Paula de Oliveira, presidente da Associação dos Agentes de Ecoturismo e Táxis Fluviais do Rio Jamari e Adjacências do Rio Madeira, relatou que a navegação ficou impraticável em vários trechos do rio, isolando comunidades e prejudicando o acesso a serviços essenciais. “Em alguns pontos, é necessário percorrer quilômetros para encontrar água, e em áreas como a boca do Jamari, apenas embarcações menores conseguem operar, transportando até cinco passageiros”, detalhou.

Nagila, residente em São Carlos do Jamari, explicou que os poços artesianos estão com baixo volume de água, e onde não há essa infraestrutura, a gestão municipal precisou distribuir água mineral. A Defesa Civil anunciou que, entre agosto e outubro, serão enviados 120 mil litros de água mineral para várias comunidades via transporte terrestre e fluvial.

A fumaça dos incêndios que afetam todo o estado também cobre a região. O Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) relatou 56 focos de incêndio nas últimas semanas, com Porto Velho figurando entre os municípios mais afetados. “A fumaça é tão densa que mal conseguimos ver o rio”, afirmou Nagila.

Em resposta à crise, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu orientações para minimizar os impactos das queimadas e do clima seco, recomendando a hidratação, inalação com soro fisiológico, umidificação do ambiente, proteção dos olhos e a não queima de lixo.

O governo estadual intensificou as ações contra os incêndios, mobilizando órgãos estaduais e recebendo apoio de instituições federais.

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