Espírito Santo – Mãe de duas filhas, a funcionária pública Michaella Mignone, 30, de Marataízes (ES) não tinha planos de ter mais filhos. Depois de ter Drika, de 11 anos, e Érika, 8, tomava anticoncepcional injetável há anos e, em março passado, até cogitou com o marido, o também funcionário público Diego Cordeiro, que ele fizesse vasectomia. O que ela não sabia é que nessa época ela já estava grávida de sete meses. Michaella descobriu que seria mãe novamente apenas quando já estava dando à luz a pequena Cecília, ali na sala de casa mesmo.

Michaella conta que durante os nove meses da gestação desconhecida não teve sintomas que a fizessem desconfiar de uma gravidez, como enjoos, náuseas e desejos. E nem viu sua barriga crescer. A funcionária pública chegou a procurar um médico no final do ano passado após notar uma saliência em seu umbigo. Na ocasião, ela foi diagnosticada com uma hérnia. “O médico disse que era necessário fazer uma cirurgia. Quando eu estava na fase de preparação para os exames pré-operatórios, veio a pandemia e tivemos que adiar o procedimento”, explica.

No domingo, dia 17 de maio, um dia antes de dar à luz, Michaella lembra que estava no sítio com os pais. Passou um fim de semana agitado, com diversos afazeres domésticos. Durante a noite, já em sua casa, a funcionária pública sentiu um desconforto abdominal e procurou uma unidade de saúde. “Pensei que minha hérnia tivesse piorado. No hospital, fui avaliada por um médico. Ele tocou a minha barriga e disse que eu precisava de uma cirurgia de emergência e deveria fazer o procedimento naquela semana. Fui medicada com analgésico e retornei para casa”, lembra.

Na manhã seguinte, Michaella passou mal novamente. Ao acordar, conta que sentiu dores no corpo e pediu para o marido levá-la ao hospital de novo. Mas a dor era tanta que Michaella não conseguiu chegar até o carro que estava na garagem.

“Diego, acho que estou parindo”

“Eu senti uma dor forte, me deitei no sofá e falei: ‘Diego, acho que estou parindo’. Ele ainda riu e disse que não era possível. Mas eu estava com a mesma sensação de quando minhas duas outras filhas nasceram”, conta. Sem saber o que fazer, o marido de Michaella ligou para um primo, que é enfermeiro, e pediu ajuda. O resgate também foi chamado. Mas, mesmo antes de chegar a ajuda médica, Cecília nasceu, no sofá de casa.

“Foi tudo muito rápido, não demorou nem meia hora. Quando vimos que realmente eu estava em trabalho de parto e a bebê nasceu, pedi para o meu marido colocar ela de lado para não sufocar. E, nisso, ela chorou. A gente não sabia nem o sexo da criança, foi um susto enorme”, conta Michaella. “Na sequência a ambulância chegou e fomos para o hospital.” Cecília nasceu com 50 centímetros e pesando três quilos. A bebê passou por diversos exames e estava saudável.

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