Após seis anos de investigação, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou o inquérito contra os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM), um desdobramento da Operação Lava Jato.
As investigações, que começaram em 2018, apontavam que os congressistas teriam recebido propina para beneficiar o grupo farmacêutico Hypermarcas (atualmente Hypera Farma) no Senado. O arquivamento foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou “falta de evidências”. O procurador-geral, Paulo Gonet, afirmou não haver provas suficientes contra os políticos.
A Polícia Federal havia concluído uma investigação em setembro sobre suspeitas de pagamento de propina, mas Gonet se opôs ao indiciamento, afirmando que as alegações se baseavam apenas em declarações de colaboradores, sem apoio em outros elementos de prova. “Não foram apresentadas provas que justifiquem a instauração do processo criminal, e não há perspectivas de obtenção de elementos que corroborassem a prática ilícita”, explicou a PGR.
Em 2019, um ex-diretor da Hypermarcas declarou à PGR, em delação premiada, que a empresa pagou R$ 20 milhões para garantir que os senadores apoiassem a aprovação de incentivos fiscais a seu favor.