
Jair Bolsonaro pode ser monitorado eletronicamente enquanto aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado e pode ser alvo de novas medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira.
A denúncia assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet atribui a Bolsonaro os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão. O ex-presidente já teve o passaporte apreendido e está proibido de contatar outros investigados.
O documento da PGR também destaca o risco de fuga de Bolsonaro, mencionando que, em 2021, seu grupo chegou a planejar uma saída do país caso não obtivesse apoio militar para o golpe. A preocupação aumentou após revelações de sua estadia na Embaixada da Hungria, em fevereiro de 2024, pouco antes de uma operação da Polícia Federal.
Diante disso, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) pretende formalizar um pedido para que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica. O requerimento será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Estratégia para forçar prisão preventiva
O deputado Rogério Correia (PT-MG) avalia que Bolsonaro mantém sua retórica golpista para tentar forçar uma prisão preventiva antes do julgamento. Isso criaria uma narrativa de perseguição política.
Apesar dos pedidos de anistia, Bolsonaro segue questionando o sistema eleitoral e convocando manifestações. Caso insista nesse discurso, Alexandre de Moraes pode considerar que ele está atrapalhando as investigações e determinar medidas mais duras, incluindo a prisão preventiva.
Correia alerta que Bolsonaro busca criar um ambiente de instabilidade e que o STF e a PGR estão atentos à sua estratégia. “Ele quer criar um fato, alegando que foi preso injustamente. Temos que ter cuidado com isso”, afirmou o parlamentar.