Depois de começar sua transição de gênero em 2015, a australiana transexual Hannah Mouncey conseguiu permissão da Liga Australiana de Futebol para disputar o campeonato nacional feminino da segunda divisão, na última terça-feira. Apesar de comemorar a conquista, a jogadora afirmou que não vai agradecer a entidade.
“Não vou e não devo agradecer a AFL por me autorizar a fazer algo que qualquer australiana pode fazer”, destacou a jogadora. Ela também defendeu que a decisão foi tomada com apoio da ciência e de pesquisas. “Estou grata por terem tirado um tempo para analisar esta situação adequadamente, já que é complexo”, destacou a atleta que teve a participação na liga feminina de futebol semi-profissional (AFLW, na sigla em inglês) rejeitada.
Mouncey lutou contra graves problemas de saúde mental durante sua transição e disse que continua a lutar com desafios pessoais. “Para mim, é muito difícil encontrar casa e emprego, mas ainda mais difícil perder pessoas que eram muito importantes. Perder amigos, família, casa e trabalho são coisas mais do que comuns [para transexuais]”, afirmou Hannah em seu twitter. “Quanto mais normal for ser trans para a sociedade, mais fácil será para todos”.
“Essa parece ser a única área da medicina em que pessoas sem experiências em medicina e ciência estão dispostas a ignorar o que os experientes falam, simplesmente porque não é o que eles acreditam”, continuou a atleta. Antes da transição, Hannah jogou handebol entre os homens. A jogadora de 1,90 teve, anteriormente, seu pedido para jogar na Liga de futebol semi-profissional negado. Na ocasião, a AFLW, liga feminina, aludiu seu porte físico. Na última terça-feira, a AFL divulgou sua decisão, dessa vez, a favor de Hannah.