EUA – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 1º, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ligar para ele a qualquer momento para discutir tarifas e outros atritos entre os países.

“Ele pode me ligar a hora que ele quiser”, disse o presidente norte-americano. “Vamos ver o que acontece com o Brasil. Eu amo as pessoas de lá”, acrescentou, questionado sobre o que estaria na mesa de negociação.

Nesta semana, o americano assinou um decreto para oficializar as sobretaxas de 50% nos produtos brasileiros enviados aos EUA, com validade a partir de 6 de agosto. Para Lula, o tarifaço afronta a soberania nacional.

Ao anunciar as taxas, no início de julho, Trump afirmou que Jair Bolsonaro (PL) sofre “caça às bruxas” pelo Judiciário brasileiro. O ex-presidente é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por supostamente tentar dar um golpe de Estado depois de perder as eleições de 2022 para o atual mandatário.

No mesmo tom, a Casa Branca enquadrou o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos contra Bolsonaro no Supremo, na Lei Magnitsky, usada para sancionar estrangeiros que violam os direitos humanos. A sanção bloqueou a entrada do magistrado nos EUA e atividades financeiras em instituições americanas.

Lula se solidarizou com o ministro, afirmou que a interferência de um governo estrangeiro na Justiça brasileira é “inaceitável” e defendeu haver “independência entre os Poderes” no Brasil. Além disso, convidou os ministros do STF, da Justiça e da AGU (Advocacia-Geral da União) para articular uma resposta jurídica.

O presidente considera que a sanção é uma retaliação ao Judiciário brasileiro como um todo, não apenas a Moraes, segundo reportou o jornal O Estado de S. Paulo. Ao mesmo tempo, a aposta no discurso da soberania nacional rendeu um aumento na popularidade do governo, conforme mostraram pesquisas.

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