O vazamento de 30 toneladas de camada asfáltica que atingiu o rio Negro, nas proximidades do Porto do São Raimundo, zona oeste de Manaus, pode ter sido intencional.

A suspeita é de técnicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) que retornaram ao local na segunda-feira, dia 1º, para acompanhar as medidas tomadas pela empresa responsável pelo crime ambiental.

O vazamento teve início na madrugada do último domingo, dia 31, antes do embarque do caminhão que transportava o produto.

“A suspeita é que alguém abriu a válvula de segurança desse caminhão e o material foi todo para a tubulação de águas pluviais, indo parar nas águas do rio Negro”, explicou o gerente de fiscalização do Ipaam, Hermógenes Rabelo. O piche se espalhou por uma extensão de 1,5 quilômetros.

“Temos medidas administrativas para serem adotadas. Primeiro a gente está avaliando o impacto ambiental causado por esse tipo de material. A partir daí, serão avaliadas as possíveis penalidades aos responsáveis pelo vazamento”, explicou Hermógenes. “A multa pode chegar a R$ 1 milhão. Temos que avaliar a situação para cada componente. Existe contaminação aquática e do solo, além da empresa não ter adotado os procedimentos necessários de respostas imediatas de emergência”, completou.

Contenção de emergência

A Transbetume Comércio e Transporte de Betumes Ltda., responsável pelo transporte do produto, contratou emergencialmente uma empresa de tratamento de resíduos para realizar o trabalho de contenção do vazamento, a Eternal.

“A primeira etapa foi concluída ontem, com a contenção de todo o resíduo, para evitar que o dano se alastrasse. A segunda etapa nós devemos concluir hoje, que é a coleta de todo o material vegetal. Vamos tirar toda a vegetação contaminada, fazer o transporte e destinação desse material para incineração”, explicou Daniel Chaves, responsável técnico pela Eternal.

Fiscais da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) também estiveram no local para avaliar os impactos do desastre. “No âmbito da ANP é verificada a responsabilidade da empresa, se tem autorização na distribuição, se implantou plano de contingência, qual o produto envolvido. Dependendo do resultado dessa apuração, a empresa pode vir a ser autuada pela ANP”, explicou o fiscal Leônidas Araújo.

Uma equipe da Águas de Manaus também esteve no local para fazer a coleta do material, uma vez que a empresa possui um reservatório nas proximidades de onde ocorreu o vazamento.

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