O prazo de 30 dias estipulado pela Lei Orgânica dos Processos Eleitorais da Venezuela para a publicação oficial dos resultados eleitorais expirou, mas os dados detalhados por mesa de votação ainda não foram divulgados. A decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que confirmou a vitória do presidente Nicolás Maduro, exigia que os resultados fossem publicados conforme previsto na legislação. O artigo 155 da lei eleitoral determina que essas informações sejam divulgadas até 30 dias após a proclamação do vencedor, que ocorreu em 29 de julho.

Na semana passada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que cumpriria a ordem do TSJ dentro do prazo legal. No entanto, a última atualização na página oficial da Imprensa Nacional, responsável pela publicação do Diário Oficial, data de 21 de agosto, deixando um intervalo de 12 dias sem atualizações das publicações oficiais.

Na sexta-feira (30), quando o prazo de 30 dias expirou, a Venezuela enfrentou um apagão que afetou quase todos os estados. O governo atribuiu a falta de eletricidade a um ato de sabotagem destinado a inutilizar a Hidrelétrica de Guri, principal fonte de energia do país. Nicolás Maduro denunciou o ataque como uma ação de grupos fascistas que se opõem ao governo.

Enquanto isso, o candidato opositor Edmundo González foi convocado pela terceira vez pelo Ministério Público da Venezuela para prestar depoimento em uma investigação sobre supostos crimes, incluindo usurpação de funções e conspiração. A coalizão Plataforma Unitária, que apoia González, defendeu que ele é vítima de perseguição política. O Ministério Público está investigando a publicação de supostas atas eleitorais da oposição, alegando que os documentos são falsificados e que a página na internet que divulgou essas informações tenta usurpar as funções do CNE, única instituição com autoridade para anunciar os resultados eleitorais.

As denúncias de prisões arbitrárias continuam no país, com organizações de direitos humanos e a oposição acusando o governo de perseguir e deter lideranças políticas, ativistas e jornalistas. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou essas detenções, destacando violações das garantias judiciais e outras práticas repressivas.

As autoridades venezuelanas, por outro lado, alegam estar combatendo grupos criminosos que teriam promovido ataques contra militantes chavistas e edifícios públicos, numa tentativa de desestabilizar o resultado eleitoral de 28 de julho.

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