O vídeo feito com um celular mostra atos de uma relação sexual entre o padre Edson Maurício, de 50 anos, de Matão, e seu xará, Edson Ricardo da Silva, conhecido como Banana, de 32. O ACidadeON teve acesso ao vídeo de dois minutos e meio em que o acusado teria usado para cometer a extorsão contra o pároco. Confira abaixo um trecho editado do material. A reportagem editou o conteúdo para remover as cenas mais explícitas de sexo entre os dois.

As cenas foram gravadas por dois amigos do acusado, conforme comprovam testemunhas ouvidas pela reportagem. A dupla seria a mesma que assim como “Banana” também está procurada pela Justiça: Luiz Antônio Carlos Venção, 28, e Diego Afonso Siqueira Santos, 21. O ACidadeON procurou o padre e ele não respondeu as mensagens. Na manhã desta quinta-feira (22), por conta das cenas do vídeo, a Diocese de São Carlos decidiu suspender o padre Edson Mauricio de as atividades e segue investigando o mesmo internamente e aguardando o andamento das investigações da Polícia Civil.

Suspeitos

Apontado pela polícia como o principal acusado da morte do sargento Paulo Sérgio Arruda, da Polícia Militar de Araraquara, em Matão, no final da noite de segunda-feira, durante uma troca de tiros dentro da casa de um padre, o ex-detento Edson Ricardo da Silva, o Banana, de 32 anos, negou ter atirado e matado o policial. Disse ainda que não estava armado e que o tiro pode ter sido disparado por um terceiro. Ele admitiu a extorsão e confirmou a gravação do vídeo mantendo relação amorosa com o padre da Igreja Santo Expedito, de Matão, Edson Maurício.
A entrevista foi dada à TV Record e com a orientação do advogado Luis Augusto Pena, de Sertãozinho, que, até o momento, não pretende entregar nenhum dos acusados com a alegação de que aguarda a investigação e os laudos periciais.

“Eu tinha acesso a casa. Eu tinha chave, controle do portão, da cerca elétrica. Eu tinha tudo. Aí, eu dei a chave para os meninos, entrei primeiro com ele no carro, na casa dele, e os meninos ficaram do lado de fora. Depois de uma meia hora, os meninos entraram e começaram a filmar pelo vidro”. Ainda em entrevista à Record TV, Edson, o Banana, negou estar armado. “Na hora eu me deparei com uma pessoa só, encapuzado, e o padre”, afirma o rapaz que negou qualquer disparo destoando das versões passadas pelas testemunhas. O padre, até o momento, não comentou o caso. A versão da relação entre os dois consta do inquérito policial.

Buscas

Independentemente da versão apresentada pelos acusados, as buscas por eles continuam. Com uma mobilização regional, a Polícia Miliar criou uma verdadeira operação para caçar os três homens apontados como suspeitos de participarem direta e indiretamente da troca de tiros que terminou com a morte do sargento. O policial acompanhado de outros três colegas militares apuravam no horário de folga uma denúncia de extorsão contra o sacerdote.

O comandante do 13º Batalhão da Polícia Militar do Interior, tenente-coronel Adalberto José Ferreira, confirmou a série de buscas ininterruptas pelos três suspeitos não cessará até a prisão. “Estamos buscando informações para que eles sejam responsabilizados pelo crime”, diz o comandante lembrando que ações estão sendo realizadas e planejadas para Matão e algumas cidades da região.

Os três homens estão com prisão decretada pela Justiça. E são eles: Edson Ricardo da Silva, o Banana, de 32 anos, nascido em São Carlos e egresso da cadeia em fevereiro de 2006, após envolvimento com roubo e tráfico de drogas. Luiz Antônio Carlos Venção, 28, também com passagens criminais anteriores por roubo, furto e receptação e que saiu da prisão em julho de 2013; e Diego Afonso Siqueira Santos, 21, que, segundo o delegado Marlos Marcuzzo, de Matão, só teve problemas com a polícia quando era menor de idade.

Investigação

São várias investigações simultâneas sobre o caso. A Polícia Militar instaurou inquérito interno para apurar os motivos que levaram o sargento Arruda e mais três pms, um outro sargento e dois cabos a se envolverem na ocorrência no horário de folga e fora da jurisdição. A Polícia Civil também apura o envolvimento de todos no fato. O padre Edson Maurício, da Igreja Santo Expedito, de Matão, até o momento, não se pronunciou publicamente.

O que se sabe?

As informações são baseadas nos depoimentos. À Polícia Civil, o padre Edson Mauricio admitiu ter mantido um relacionamento de foro íntimo com um xará, também Edson, conhecido pelo apelido de ‘Banana’. Desde o início de fevereiro, o rapaz de 32 anos fazia ameaças e exigia R$ 80 mil para não fazer revelações sobre o padre. Sem dinheiro para pagar a quantia, o sacerdote chegou a negociar e o rapaz baixou o valor para R$ 60 mil.

O padre, então, com medo, veio para Araraquara conversar com um amigo, que trabalha no segmento de comércio de veículos. Este amigo, por sua vez, disse ao ACidadeON ter pedido orientações para o sargento Arruda. O policial, que estava em seu dia de folga e passearia em Matão, optou por chamar outros três policiais, que estavam de folga e sairiam com ele para uma comemoração pessoal, para ajudarem o padre e conversarem antes com o bandido.

A caridade terminou de forma trágica. Na casa do padre, os policiais entraram e o pároco recebeu novamente uma ligação do rapaz que disse que iria até a casa dele. O bandido chegou com os outros dois homens em duas motos, mas sem saber que os quatro pms estavam escondidos no quarto aguardando o teor da conversa. Quando o trio entrou na casa o Sargento Arruda apareceu. Sem hesitar, Banana disparou três tiros: dois o atingiram no peito do policial e outro a parede. Arruda ainda efetuou um tiro.

Os outros três policiais estariam em outro cômodo da casa e não foram atingidos. O trio fugiu. Sargento Arruda, da PM de Araraquara, chegou a ser socorrido e não resistiu.

Fonte: ACidadeON

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