Brasil – O senador Flávio Bolsonaro (PL) disse que quem recebe R$ 400 mensais do Auxílio Brasil pode ter dificuldades, mas não chega a passar fome. A declaração do filho do chefe do Executivo foi dada em entrevista exclusiva à CNN Brasil, nesta quarta-feira (9), ocasião em que criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) e alfinetou o ex-presidente Lula (PT).

Durante conversa com o analista Caio Junqueira, Bolsonaro afirmou que o presidente do Brasil zerou os impostos federais sobre alimentos como arroz e feijão, além daqueles relativos à importação de derivados do petróleo. Ele ainda defende que o pai faz “o que está ao alcance dele” para reduzir a insegurança alimentar no país.

“É óbvio que pessoas passam dificuldade, mas talvez por ainda não conseguirem ter acesso ao programa social do governo que, sem dúvida alguma, as ampararia”, opina. Segundo Flávio Bolsonaro, R$ 400 é um valor razoável para que os cidadãos beneficiados não passem necessidade.

Flávio Bolsonaro critica STF

Flávio Bolsonaro teorizou que, se o benefício do Auxílio Brasil aumentar, os brasileiros podem se sentir desestimulados a buscar empregos formais. De acordo com o Ipead (Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Ferais), no entanto, o valor da cesta básica em maio de 2022 foi de R$ 680,80 em Belo Horizonte.

“Se você bota o valor de R$ 2 mil pro Auxílio Brasil, ninguém vai mais trabalhar. Ia preferir não trabalhar e ter esse dinheiro em casa sem fazer esforço. Então é um cálculo que tem que ser feito ali pela Economia”, disparou.

Além de comentar sobre a situação da fome, o senador defendeu o governo de Jair Bolsonaro. Ele comparou o atual mandatário ao ex-presidente Lula, afirmando que o pai “quer fazer o bem, não está roubando ninguém, não assalta estatal” e “está gerando milhões de novas vagas de emprego no Brasil”. Ele também aproveitou para alfinetar o STF e teceu críticas aos ministros que se mostram contrários ao governo do pai.

“Eu acho que alguns ministros do Supremo, infelizmente, estão se colocando em uma situação de importância acima da vontade da população. Parece que na cabeça deles é: ‘olha, eu sei o que é melhor pro Brasil, o presidente Bolsonaro não sabe’. Uma pessoa que não teve um voto para estar ali”, pontua o parlamentar.

33,1 milhões passam fome no Brasil

A fala do político sobre o Auxílio Brasil vai de encontro a uma pesquisa Vigisan, divulgada nessa terça-feira (8), que revelou uma piora na situação da fome no país desde o final de 2020. Segundo o estudo, mais de 33 milhões de brasileiros passam fome, e mais da metade da população vive com algum tipo de insegurança alimentar.

Para se ter uma ideia, a pesquisa de dezembro de 2020 apontou que 9% das pessoas – ou 19 milhões – conviviam com a fome. O percentual passou para 15,5%, ou 33,1 milhões, neste ano. Isso indica que 14 milhões de brasileiros foram deslocados para a condição de insegurança alimentar em um ano.

Veja a entrevista:

Com informações do BHAZ*

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