O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), usou a decisão que anulou as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva para criticar o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava-Jato Sergio Moro. Lira afirmou que Lula poderia até “merecer” uma absolvição, mas Moro não.

A decisão foi dada nesta segunda-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. O caso, porém, ainda pode ser analisado pelo plenário da Corte.

Fachin anulou todas as condenações de Lula resultantes da Operação Lava-Jato por considerar que o petista foi julgado em foro incompetente. Os casos, apreciados pela Justiça Federal do Paraná, devem ser agora remetidos à Justiça Federal do Distrito Federal.    Ao fazer o comentário, Lira se referia à possibilidade de Moro ser considerado, pelo Supremo, como suspeito ao redigir sentenças que condenaram o petista. No STF, era esperada uma deliberação sobre o assunto.

“Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro. Lula pode até merecer. Moro, jamais!”, escreveu Lira.

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgou uma nota para dizer que não comentaria o caso.

“Não vou comentar decisão judicial do Supremo Tribunal Federal em caso concreto, cujos elementos jurídicos desconheço”.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considera a decisão “correta” do ponto de vista jurídico. Acrescentou que, de agora em diante, cabe agora aos políticos de centro construírem uma opção entre Bolsonaro e Lula para 2022.

— Demorou muito, acho que gera danos para o próprio ex-presidente, mas mesmo atrasada é uma decisão que todos avaliavam, que Curitiba não poderia ser o juiz natural de todos os casos do Brasil. É a decisão correta do ponto de vista jurídico, pelos advogados que consultei.

— Essa questão eleitoral não pode ser mais relevante do que um julgamento justo para todos os brasileiros, inclusive para o ex-presidente Lula. E do ponto de vista político, o que cabe agora é que aqueles que se opõem ao PT e ao Bolsonaro que consigam construir um projeto de centro, de centro-esquerda, centro-direita, viável, que tenha chance de fazer o debate e o enfrentamento político com as duas posições mais fortes da política nacional, que são o governo e o ex-presidente da República.

Créditos: O Globo

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