Uma plateia formada por jovens alunos dos cursos de graduação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) prestigiou a palestra proferida pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, sobre o tema “Economia brasileira: do Plano Real a atua crise”. Foi um verdadeiro passeio pela história, política e economia do país, dos últimos 80 anos.
Arthur falou sobre as mais graves crises econômicas registradas no país, os governos que mais contribuíram para aumentar os índices inflacionários, as várias tentativas de ajustar a economia com a edição de pacotes, como o plano cruzado e o plano Collor, até chegar ao plano real. “O plano Real foi o maior avanço socioeconômico que esse país já registrou, disso eu tenho convicção”, afirmou no evento que ocorreu na noite da última terça-feira, (31).
O prefeito avaliou que a economia registra um leve crescimento em 2017 e, em 2018, deve crescer um pouco mais. “Só chegaremos ao patamar de 2014, quando registrarmos nosso maior crescimento, em 2024”, disse. “Perdemos uma década, vocês perderam uma década”, afirmou, reforçando que a crise enfrentada pelo país nos últimos três anos foi a pior em qualquer período de sua história. “Tivemos uma crise grande na década de 40, mas a sociedade era diferente, o país era diferente. Vivíamos numa sociedade agrária. Agora, temos os nossos setores industrial e de serviços profundamente abalados. E a Zona Franca é um exemplo disso, com níveis de desemprego e de baixa produção”, afirmou.
O prefeito interagiu com os alunos, respondendo questões sobre o desenvolvimento tecnológico, de fatores que impedem o desenvolvimento do país e sobre política. Ele questionou o fato do Brasil estar muito atrás de outros países latino-americanos, como Chile, Peru e até Costa Rica. “Eles estão batendo às portas dos países ricos e sendo aceitos. Nós estamos lá atrás”, avaliou. Ele também criticou a forma como o país trata a Amazônia e os estados da região Norte. “É cafona”, disparou.
Para ele, está mais que na hora da Região assumir o seu papel de relevância no cenário político e econômico do Brasil. “Está na hora de sair daqui um governante federal”, disse. Arthur lembrou que, além de estar centrado na maior floresta tropical do planeta, o Amazonas – e Manaus, especificamente – tem a maior bacia de água doce de fácil exploração. “E não cabe a ninguém ignorar que a água será, daqui a bem pouco tempo, o bem natural de maior valor econômico do mundo. A água será, seguramente, muito mais cara que o petróleo”, avisou.