Brasília – Ele começou a tocar o seu primeiro instrumento aos 15 anos de idade. Um teclado antigo que o ajudou a entrar de cabeça na música. Nascido em Brasília, mais precisamente em Taguatinga, o jovem frequentou uma igreja, onde lá desenvolveu habilidades e experiência.

Iniciou a carreira na banda gospel ‘Gálatas 5’ e uma das suas inspirações é o rei do pop Michael Jackson. Se você ainda não ouviu falar nele, é bom prestar atenção neste nome Junior Aires

Confira a entrevista que o Amazonas News preparou: 

Como surgiu a ideia para cantar?

Comecei a cantar como muita gente, dentro da igreja. Desde moleque sempre pensei em ser músico, mesmo na família não tendo e nem convivendo com pessoas que viviam nesse mundo da arte. Quando meu pai terminou um relacionamento bastante duradouro com sua ex-mulher, nos mudamos para perto do trabalho dele. Foi quando minha irmã mais velha começou a frequentar uma igreja perto da casa para qual mudamos. Então, ela acabou se envolvendo com um dos filhos do pastor da igreja (com quem ela é casada até hoje) e ele já fazia parte do louvor e começou a me mostrar raps, tipo juízo final e outros da época que eram famosos no mundo gospel. Depois de alguns anos, eu comecei a entender o que era música mesmo, mas ainda sem saber tocar qualquer instrumento. Então um dos irmãos do meu cunhado passou em uma prova para ir servir como marinheiro no Rio de Janeiro, e acabou me dando um teclado, um teclado bem antigo com 3 oitavas, mas que serviu para me dar a maior base musical para começar a me envolver e entrar de cabeça na música.

 

– Onde você nasceu?

Eu nasci em Brasília mesmo, em um dos hospitais do Centro de Brasília.

– Teve apoio de amigos, família?

Como sempre, todos acham super da hora quando um adolescente começa a tocar um instrumento, eu tinha apenas 15 anos quando ganhei aquele teclado, depois de um tempo me dedicando bastante, comecei a ir em uma igreja, que era bastante pequena, frente ao um albergue aqui em Taguatinga, aquela quadra, era um caos, muitas pessoas sujas e jogadas as traças, dormindo na calçada da igreja, e lembro do pastor e da mulher dele, sempre doar comida, roupas, barbeador e etc.

 

Conheci o filho do Pastor, hoje um dos meus melhores amigos, Diego Rodovalho. Lembro de ele me emprestar um CD, pra eu poder decorar umas músicas porque íamos a um show no dia seguinte dessa banda, logo depois, entrei para o louvor, mesmo sem saber direito o que era notas musicais, peguei um baixo, porque o Diego já tocava guitarra, e eu lembro de ficar descendo escalas (que na época eu nem sabia o que era isso) pra tentar harmonizar o que ele tocava. Senti a necessidade de aprender melhor o que eu tava fazendo, e através de algumas revistas, até porque a internet na época, não era tão assim acessível, fui aprendendo ler cifras e notas, acordes, cordas…

Um dia meu primo quis minha bicicleta, era uma bike maneira na época, a galera da quebrada gostava do estilo BMX, cromada e rodas com raios e aro de alumínio, e ele tinha uma guitarra horrível, vermelha e com as tarrachas todas zuadas, coladas com super-bonde. Resolvi fazer rolo com ele, peguei a guitarra e dei a BMX pra ele. Ali começava mais uma etapa da musicalidade na minha vida.

Aprendi muita coisa com essa guitarra feia pra caramba, até que um dia levei ela pra reformar e o luthier deu sumiço na guitarra e nunca mais vi. O pai do Diego, acabou fechando a igreja e eu acabei conhecendo um mano (Filipe), que sempre passava em frente ao trabalho do meu pai. Um dia ele parou pra conversar comigo, porque sempre me via por ali e me chamou pra ir na igreja, lá na Ceilândia, a galera chama de Guariroba, lá na 22 (quadra da Ceilândia).

Ali eu aprendi coisas sobre músicas que realmente fez toda diferença na minha vida, fizemos uma banda e tocávamos em todas as igrejas da periferia… foi uma época muito boa. E aí a gente vai adquirindo experiências com o tempo, tendo decepções, pulando de banda e banda, fazendo e escrevendo música e vai amadurecendo dentro de tantas vertentes que a música trás pra gente.

– Já lançou algum álbum ou EP?

Já gravei com algumas bandas, solo e sempre foi muito tendo que depender de terceiros, isso é um saco. Mas teve uma época que depois de ter saído da banda da aeronáutica, onde servir por 4 anos. Eu já era guitarrista de uma banda que chamava Galatas 5 (estilo alternativo), onde escrevi grandes musicas, como Dropar e Amor Perfeito, sempre tentando colocar um hip-hop, raga, rap no meio e misturando o estilo… sempre foi um som bem peculiar, conhecemos o Brasil quase todo tocando com essa banda, muitos estilos, culturas dentro deste país que a maioria das pessoas não teve a oportunidade de conhecer. Isso sempre me inspirou a continuar com a música, em específico essa banda foi um divisor de águas na minha vida, em relação a música. Digo isso porque depois de a banda entrar para escanteio, depois de tanto sucesso, me deu uma desanimada, mas eu sempre estava ali escrevendo e cantando.

– Qual estilo de música que você se define?

Apesar de ser um cara eclético, gosto de música boa, letras inteligentes, MPB, rock, rap, hip-hop, maracatu, entre tantos estilos… mas hoje defino meu estilo musical como hip-hop, sempre tendo influencias de artistas de todos os estilos.

-Você se inspira em algum ídolo?

Hoje em dia temos tantas referencias musicais boas né? Mas o rei Michael Jackson sempre vai ser uma inspiração, ele é a maior inspiração como artista… Mas o meu Pai é o meu maior ídolo, ele é o herói que todo filho queria ter.

Quem quiser acompanhar o Junior nas redes sociais basta seguir o perfil dele:

Instagram: @junioraires_oficial

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