A violência sistêmica contra a mulher parece não ter fim. Desta vez, uma mineira de 44 anos foi assassinada pelo ex-companheiro, de 46, dentro da própria residência, no interior de Minas. O autor ainda foi agredido por um dos filhos e um rapaz – e tentou se matar em seguida. O caso ocorreu na madrugada desta quarta-feira (30) em Ipaba, cidade do Vale do Aço, com 18 mil habitantes, a 25 km de Ipatinga.

Dois filhos do casal estavam na casa durante o assassinato. Alaíde Pereira de Souza e Marcelio de Almeida Souza estavam separados, mas moravam na mesma casa. Uma divisão e entradas distintas foram instaladas para que os espaços fossem respeitados. Mas entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, o homem invadiu a parte da mulher e a matou com uma facada no pescoço.

Na sequência, Marcelio começou a ameaçar se matar e os dois filhos, assim que entenderam o cenário, passaram a segurar o pai. Um deles se revoltou, assim como um conhecido, e ambos agrediram o autor do assassinato. Na sequência, Marcelio se trancou no banheiro com a mesma faca que matou a ex-companheira e tentou se matar.

Os policiais foram acionados pelos filhos e encontraram o autor no banheiro, com um corte no pescoço e respiração ofegante. A faca usada no crime estava ao lado do homem. Ele foi levado para um hospital da região e, durante o trajeto, confessou aos militares a autoria do assassinato.

Motivação

Os militares apuraram com os filhos que as discussões entre Alaíde e Marcelio eram constantes. Uma dessas brigas, no início de novembro deste ano, se tornou agressão contra a mulher e chegou a virar caso de polícia. O script é conhecido: o homem não aceitava o fim do relacionamento, nem mesmo a divisão dos bens com a mulher.

Além de confessar o crime, o homem disse aos militares que levou um tiro na cabeça quando foi agredido pelo filho e um outro rapaz. No entanto, No entanto, os médicos não constataram perfuração em nenhuma parte do corpo, e sim cortes no pescoço, na orelha esquerda e na cabeça, além de várias escoriações.

Comoção

Familiares de Alaíde ficaram estarrecidos com o crime. “A vida da minha irmã foi interrompida. Sentindo muito triste. Perdi minha irmã Alaíde”, publicou uma familiar. Amigos também enviaram mensagens de conforto. “Eu sei o que é perder alguém que a gente ama. Que Deus conforte vocês da família e nós que éramos próximos” e “Não tenho palavras para tamanha crueldade” foram algumas manifestações.

O corpo de Alaíde foi levado para a funerária depois da realização dos trabalhos da perícia da PCMG (Polícia Civil de Minas Gerais). O autor do crime foi preso e conduzido à Delegacia de Plantão de Ipatinga, assim que recebeu alta médica. Até o encerramento da ocorrência, um dos filhos, que fugiu após o crime, não foi localizado pela polícia, assim como a pessoa que teria ajudado a agredir o pai dele.

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