O fenômeno das milícias, contudo, está longe de ser uma exclusividade do Rio de Janeiro. Dados levantados pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH) já haviam revelado denúncias de atuação de grupos milicianos em 15 estados de norte a sul do Brasil, entre os anos de 2016 e 2017. Os registros, realizados a partir da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, expõem uma prática criminosa observada em todas as regiões do país.

A atuação de milicianos em alguns bairros de Manaus, estaria assustando moradores. Desesperada, testemunhas com medo de represálias não quiseram se identificar, denunciam as ousadas ações e cobranças abusivas. 

De acordo com moradores de uma das etapas do Residencial Viver Melhor, os milicianos passaram a agir há aproximadamente um ano. Eles relataram que desde que o grupo chegou, começou a cobrar até mesmo um pedágio diário de R$ 10 para que as pessoas possam entrar em suas próprias moradias. Os moradores que estão se opondo a pagar a taxa estariam sendo expulsos de seus imóveis e colocados para alugar. Cobranças abusivas não estariam acontecendo apenas com moradores.

Comerciantes de  bairros da zona norte e leste também estariam sofrendo com a atuação do grupo. Os criminosos estariam cobrando R$ 100 a estabelecimentos comerciais para permitir que eles funcionem e R$ 50 para que barracas de camelôs. Os milicianos também estariam impondo ‘toques de recolher’ à noite. Milícia criou regras para comerciantes e ameaçam quem denunciar.

Um morador do bairro do Dom Pedro, zona centro-oeste da capital, fez uma denuncia ao Portal Amazonas News no início do ano, relatando uma suposta ação de milícia no seu bairro, ele contou a equipe que estava pagando uma taxa de R$ 100 mensal para uma pessoa que foi na sua casa, se identificando como representante de uma empresa que estaria atuando em vários bairros de Manaus, atuando na segurança, a ação estava sendo feita através de motocicletas que passam com frequência a noite pela ruas usando sirene e giroflex, como objetivo de evitar assim a ação de criminosos.

“Teve um mês que eu fiquei com as contas apertadas e avisei a esse representante que não poderia mais pagar por essa segurança particular. Uma semana depois, não sei se foi por coincidência, mas tive minha casa assaltada”, disse o morador indignado, ele contou ainda que paga impostos e a obrigação de dar segurança é do governo, ele foi obrigado a pagar essa taxa novamente.  

Fora do Rio, contudo, a atuação desse tipo de organização criminosa se diversifica, assumindo contornos próprios em cada estado e características atribuídas antes a grupos de extermínio ou ao tráfico de drogas. 

Fontes ouvidas pelo Portal Amazonas News denunciam desde 2017 e mais intensamente neste ano, sobre a atuação do grupo criminoso.

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Questionada pela equipe de reportagem, na última terça-feira, sobre o assunto, a assessoria da SSP-AM não soube informar se já havia alguma investigação sobre a atuação das supostas milícias em Manaus.

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Amazonas News com informações do Metrópoles

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