Amazonas – O Balanço Geral trouxe novas informações sobre o assassinato brutal de Julieta Ines Hernandez, de 38 anos, também conhecida como a “Palhaça Jujuba”. A artista foi encontrada morta na cidade Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. A mulher saiu de bicicleta do Rio de Janeiro com objetivo de chegar na Venezuela, seu país de origem, para fazer uma visita à mãe. Entenda o caso a seguir

Julieta levava a arte não só como um talento, mas uma trajetória de vida. Suas viagens para diversos lugares no Brasil tinham o objetivo de alegrar a vida das pessoas de comunidades interioranas e periféricas

A venezuelana, que veio ao Brasil para estudar teatro, adotou uma vida nômade e se hospedava em casas de apoio entre uma viagem e outra. Há nove anos longe de sua terra natal, Julieta decidiu iniciar uma jornada até Puerto Ordaz, cidade do seu antigo país. Porém, sua trajetória foi brutalmente interrompida ao se hospedar em uma pousada

No dia 23 de dezembro, Julieta parou de se comunicar ao passar pela cidade de Presidente Figueiredo (AM). Preocupados, parentes e amigos da artista passaram a pedir ajuda nas redes sociais com intuito de encontrar a venezuelana. A polícia desconfia que, neste momento, a artista já estava morta

Luiza Soares, amiga e artista circense, disse que Julieta estava acostumada a viajar. “Ela era muito cuidadosa, então a falta de comunicação dela acendeu um alerta em todos nós”, contou Luiza.

A polícia foi notificada do caso somente dez dias depois de Julieta não se comunicar com nenhum amigo ou parente. “Procuramos em algumas pousadas, mas na sexta-feira (5), falei com o Thiago [um dos suspeitos de matar a artista] e ele deu uma informação falsa, porém confirmou que ela teria se hospedado lá”, disse Valdinei Silva, delegado.

Para a surpresa de todos, Julieta foi encontrada morta e enterrada em uma cova clandestina. Antes de ser assassinada, a artista sofreu com a violência dos criminosos

Thiago Agles da Silva, de 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, de 29, são os principais suspeitos. Os criminosos eram donos do local e cuidavam da pousada há sete meses. No início, foram receptivos com Julieta, porém tudo mudou quando viram o celular da venezuelana e armaram uma emboscada para ela. Enquanto dormia na rede, a mulher foi atacada com um golpe no pescoço. Thiago teria a enforcado para roubar o celular

Segundo a investigação, Thiago teria ordenado que a mulher amarrasse a vítima. Quando tomou o telefone de Julieta, o suspeito ainda abusou sexualmente da artista. No entanto, a atitude do agressor causou ciúme em Deliomara, que resolveu atear fogo nos dois

Enquanto Thiago tentava apagar o fogo do próprio corpo, Deliomara cavou uma cova na mata para enterrar Julieta. Segundo a polícia, a vítima pode ter sido sepultada ainda com vida. A polícia descobriu todo o enrendo a partir de pedaços da bicicleta da artista. “No momento em que a Polícia Civil chegou ao local para verificar essas peças, Thiago saiu pela lateral e tentou fugir”, contou o delegado.

O casal foi preso em flagrante e vão responder pelos crimes de latrocínio, estupro e ocultação de cadáver. Se condenados, podem pegar até trinta anos de prisão. A morte da artista comoveu a classe e grupos de proteção à mulher, além de ter chocado a população com tamanha crueldade.

Fonte: Balanço Geral/R7

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